sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

ROTINA DA TRANSFUSÃO SANGUINEA







Requisitando a transfusão: pelo Médico Assistente

  • Anotar no pedido de sangue o nome, sobrenome, matrícula (prontuário), sexo, idade, peso, localização do paciente (enfetmaria eleito), diagnóstico, hemocomponente solicitado e quantidade, exame laboratorial que detetminou a necessidade transfusional.
  • Prescrição do hemocomponente na folha de prescrição médica do paciente.
  • Assinar e carimbar pedido e prescrição

Coletando a amostra de sangue:

Paciente:___________________________________________________
Matricula ou registro do paciente na instituição:____________________
Enfermaria / setor de internação:
Data de coleta da amostra:______/______/________
Assinatura legível do coletor: ____________________________
Modelo identificador do tubo de amostra de sangue conforme RDC 153 de 14/06/2004.
Enfermagem da Equipe Transfusional:
  • Receber pedido de solicitação de transfusão sangüínea.
  • Conferir os dados do paciente (receptor), assinatura e carimbo do médico solicitante.
  • Rotular o tubo para amostra de acordo com o modelo supra citado.
  • Coletar a amostra de sangue do paciente em tubo com anticoagulante (tampa lilás).
  • Salinizar o acesso, quando possível, para ser usado no momento da transfusão.
  • Guardar amostra no recipiente de transporte.
  • Encaminhar, imediatamente, a amostra de sangue ao Serviço de Hemoterapia (técnico de hemoterapia), transportando em caixa própria para este procedimento.

 A rotina no Serviço de Hemoterapia (Banco de Sangue):

Técnico de laboratório do Serviço de Hemoterapia:
  • Receber a amostra de sangue juntamente com a solicitação e conferir os dados.
  • Recusar amostra e/ou pedido que não estejam legíveis e completos.
  • Classificar a amostra de sangue do paciente: ABO, Rh (D), PAI.
  • Reclassificar a amostra do doador (ABO e Rh).
  • Realizar a prova de compatibilidade entre o sangue do doador e do paciente.
  • Emitir etiqueta com os dados do paciente: nome, sobrenome, localização, grupo ABO e Rh e data de validade para transfusão.
  • Inspecionar o hemocomponente quanto ao aspecto e integridade do sistema e prazo de validade.
  • Entregar o hemocomponente à Equipe de Enfermagem Transfusional.
  • Manter a amostra do sangue do paciente acondicionada no refrigerador (“soroteca do paciente”).

O transporte do sangue do Serviço de Hemoterapia até o paciente: Enfermagem da Equipe Transfusional

  • Receber do técnico de laboratório o hemocomponente a ser transfundido.
  • Conferir os dados do rótulo do hemocomponente com os dados do receptor.
  • Observar aspecto do hemocomponente e apresentação da bolsa.
  • Devolver a bolsa ao técnico de laboratório diante de qualquer anormalidade apresentada no conteúdo ou no rótulo da unidade.
  • Acondicionar o hemocomponente em recipiente térmico para transporte.
  • Manter um recipiente para o transporte de hemocomponente e outro para o transporte das amostras.
  • Providenciar material necessário para proceder a transfusão.
  • Encaminhar o hemocomponente até o local em que se encontra o paciente.

Transfundindo o paciente – Enfermagem da Equipe Transfusional:

  • Perguntar ao paciente seu nome completo (caso tenha condições de responder) ou a enfermagem do andar.
  • Conferir o nome relatado com os dados do rótulo da bolsa e da prescrição.
  • Certificar a indicação da transfusão na prescrição médica.
  • Aferir e anotar os sinais vitais pré e pós transfusão.
  • Anotar horário do início e término da transfusão.
  • Instalar o hemocomponente, mantendo íntegro o sistema até o final do procedimento.
  • Instruir a equipe de enfermagem do andar para não infundir nenhum tipo de medicamento concomitantemente com a transfusão (exceto solução fisiológica 9%).
  • Atentar para que o início da transfusão não exceda 30 minutos após o recebimento da bolsa.
  • Controlar a transfusão para que seu tempo máximo não ultrapasse 4 horas.
  • Permanecer os primeiros 15 minutos da transfusão observando o paciente.
  • Atentar para sinais de Reação Transfusional.
  • Seguir as orientações do ítem XXII em caso de Reação Transfusional.
  • Relatar a evolução da Reação Transfusional apresentada.
  • Preferir, sempre que possível , transfundir no período diurno.
  • Assinar e carimbar no término da evolução transfusional.
  • Colar etiqueta referente ao hemocomponente no prontuário do paciente.
  • Conferir se a contra-capa do pontuário já tem a etiqueta de tipagem do paciente (grupo sanguíneo e fator Rh).
  • Devolver o hemocomponente ao Serviço de Hemoterapia caso o mesmo não tenha sido utilizado.
  • Após concluída a transfusão recolher a bolsa e encaminhar para o serviço de Hemoterapia para ser autoclavada.

Compatibilidade para Transfusão de Concentrado de Hemácias:

Compatibilidade doador / receptor
Grupo ABO / Rh(D) do receptorCompatibilidade doador / receptor
O + (O positivo)O + / O -
O - (O negativo )O -
A + (A positivo)A+ / O+ / A- / O-
A – ( A negativo)A- / O-
B + (B positivo)B+ / O+ / B- / O-
B - (B negativo)B- / O-
AB + (AB positivo)AB+ /A+ / B+ / O+/AB- /A- / B- /0-
AB - (AB negativo)AB- / A- / B- / O-

Compatibilidade para Transfusão de Plasma:

Grupo ABO / Rh(D) do receptorGrupo ABO a ser transfundido
AA, AB
BB / AB
ABAB
OO, A, B, AB

 Compatibilidade para transfusão de Concentrado de Plaquetas

  • Para transfusão de Concentrado de Plaquetas não há contra-indicação em transfundir unidades de grupo ABO diferente ao do paciente.
  • Se possível respeitar o grupo sangüíneo.

             Conduta da Enfermagem frente à Intercorrência na Transfusão:

  • Parar imediatamente a transfusão.
  • Ocluir a extremidade do equipo da transfusão do hemocomponente.
  • Manter o acesso venoso com solução salina 0,9 % com gotejamento moderado.
  • Verificar sinais vitais e anotar no prontuário do paciente.
  • Comunicar ao médico de plantão e ao Serviço de Hemoterapia.
  • Fazer relato da Reação Transfusional e conduta adotada pelo médico.

Conduta Imediata, após assistir ao paciente:

  • 1- Equipe que prestou a assistência ao paciente - Enfermagem:
  • Coletar amostra de sangue do paciente para reavaliação / retestagem.
  • Coletar amostra de urina do paciente para pesquisar presença de elementos anormais (hemoglobinúria).
  • Encaminhar o hemocomponente com o equipo (na caixa térmica apropriada) ao Serviço de Hemoterapia.
  • Manter amostra de urina fora da caixa térmica e encaminhá-la ao Laboratório Central.
  • Anotar no prontuário do paciente todos estes dados.
  • 2 – Pelo Banco de Sangue (Imunohematologia):
  • Receber a bolsa de sangue e equipo enviados para análise.
  • Realizar os exames imunohematológicos e hemocultura.
  • Comunicar os resultados dos exames solicitados, tão logo os tenha, ao médico assistente, ao responsável Técnico do Serviço de Hemoterapia e ao responsável pela Hemovigilância (que fará relatório para a Gerência de Risco e para a ANVISA).

Conclusão e Orientação:

A prescrição médica do sangue (hemocomponentes e hemoderivados) deve ser bem indicada. Se existe a opção de utilizar um medicamento (ferro ou eritropoetina) ao invés da transfusão, assim deve ser feito. Lembrar que toda transfusão pode acarretar danos ao paciente, seja a curto, médio ou longo prazo. Hoje conhecemos vários vírus e os Serviços de Hemoterapia estão bem equipados para monitorá-los. Mas novos vírus poderão surgir, como aconteceu na década de 80 com o HIV. Somente com o uso racional do sangue poderemos estar tranqüilos que fizemos o melhor pelo nosso paciente.


 
 

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