sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

INSULINA




INSULINA (antidiabético)

APRESENTAÇÕES
Diversas, de acordo com o tipo de insulina.



PROPRIEDADES


A insulina é o principal hormônio polipeptídio, biossintetizada e armazenada nas células das ilhotas pancreáticas de Langerhans, das quais é liberada para desempenhar importantes funções: 1. facilitação da entrada de aminoácidos específicos no músculo: 2. ativação do sistema de transporte específico para facilitar a entrada de açucares no tecido adiposo e muscular; 3. aumento da síntese proteica; 4. inibição da decomposição da gordura neutra em aminoácidos graxos e prevenção da liberação destes ácidos do tecido adíposo; e 5. ativação de algumas enzimas compreendidas nos processos de utilização aumentada de glicose, glicólise, glicogeneses e lipogénese. Como se trata de uma proteína, a insulina não pode ser usada por VO, pois, no trato GL,  ela seria digerida por proteases e outras enzimas. Dessa forma, é utilizada por injecção SC.  Quanto á origem, a insulina pode ser de origem animal (bovina ou suína ou mistura de ambas), humana ou, ainda, os análogos da insulina humana. As preparações de insulina animal são extraídas do pâncreas bovino ou suíno ou mistura de ambos. As insulinas humanas são obtidas por biossíntese, usando a tecnologia do ADN recombinante, ou por semi-síntese, por conversão enzimática da insulina suína á humana. Quanto aos análogos da insulina humana, temos a insulina lisporo, a insulina aspart e a insulina glargina. Apear de as insulinas purificadas (bovina e suína) serem disponíveis, a insulina humana e os análogos da insulina são os mais utilizados. 

FARMACOCINÉTICA
Uso SC. As insulinas podem ser classificadas em: ação rápida- lispro, aspart, glulisina; ação curta- insulina regular; ação intermediaria-NPH, insulina lenta; e ação prolongada- insulina ultralenta, glargina, insulina detemir.
Insulinas da hora das refeições - ação rapida (lispro ou aspart); ação lenta (regular). Inicio da ação: minutos (lispro ou aspart); 30 minutos (regular): pico de ação: <1h (lispro ou aspart); 2-55h (regular): duração de ação: 3-5h (lispro ou aspart); 5-8h (regular).
Insulinas basais- ação intermediaria (NPH ou lenta); ação prolongada (ultralenta ou glargina) ou insulina detemir. Inicio da ação: 1-3h (NPH ou lenta): gradual(ultralenta ou glargina); picco de ação: 6-8h (NPH ou lenta); 8-20h (ultralenta); sem pico (glargina); duração de ação: 16-24h (NPH ou lenta); 24--28h (ultralenta); 24h (glargina).
Misturas fixas- lispro mista 75/25; humanas (70/30, 50/50). Inicio da ação: minutos (lispro mista); 30min (humana); pico de ação: 7-12h (lispro mista ou humana); duração de ação: 16-24h (lispo mista ou humana).

INDICAÇÕES E POSOLOGIA

Tratamento do diabetes insulinodependente (tipo 1). Paciente que fracassaram em um teste adequado de dieta, exercícios e agentes antidiabético orais. A posologia é altamente individualizada e também depende dos (s) tipo (s) de preparação insulinica em uso. A insulina humana é particularmente útil em pacientes com alergia a insulina, naqueles com resistência insulinica grave causada por anticorpos anti-insulina, lipoatrofia e necessidade de terapêutica insulinica intermitente (p. ex., durante a gravidez ou problemas agudos, como infecções, infarto do miocárdio e cirurgias de emergência). Os análogos da insulina de ação ultra-rápida são preferidos em relação a insulina regular, devido as suas características clínicas favoráveis. A sua administração é feita  imediatamente antes ou durante as refeições. O seu rápido inicio de ação limita os picos hiperglicemicos, pós-prandiais, pois proporciona uma disponibilidade sérica de insulina juntamente com o aparecimento, na circulação, da glicose derivada dos alimentos. A curta duração da ação também reduz o desenvolvimento de hipoglicemia pós-gradual tardia.
Os análogos são utilizados no controle da glicose pós-prandial e devem ser usados em conjunto com regimes de reposição da insulina basal. As insulinas de ação rápida e ultra-rápida, assim como as preparações de ação prolongada, são necessárias para reproduzir o padrão de liberação de insulina que normalmente controla a glicose sanguínea em pacientes não diabéticos. A insulinoterapia basal, com insulinas de ação duradoura. é necessária para suprimir a produção de glicose hepática, durante a sulinicas rápidas e ultra rápidas são necessárias, sob a forma de bólus insulinicos, para prevenir a hiperglicemia após as refeições.

CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
Hipersensibilidade à droga ou ás carnes suína e bovina. 
Use cuidadosamente durante a gestação ou lactação.

REACÇÕES ADVERSAS
Locais: área eritematosa ou endurecida, rash, prurido, lipodistrofias (lipoatrofia ou lipo-hipertrofia), respostas inflamatórias ou infecções (devido á limpeza inadequada da pele, contaminação no local da injecção, emprego de anti-séptico sensibilizante).

INTERAÇÕES
Acetazolamida: diminuição da resposta hipoglicemica.
Adrenalina, anfetaminas (e outros anorexigeneos), anticoncepcionais (estrogenio), baclofeno, corticosteróides, danazol, diuréticos tiazidicos, estrogenios, fenitoina, furosemida, gucagon, hormonios tiroidianaos ou triantereno; possível elevação das concentrações de glicose sanguínea e maior possibilidade de desenvolvimento de hiperglicemia.
AÍNEs, álcool, androgenios, antidiabéticos orais, captopril, disopiramida, esteródes anabolizantes, fenigluramina, guanetidina, IMAOs ou tetraciclinas: possível aumento do efeito hipoglicemico.
Bloqueadores beta: maior risco de hiper ou hipodlicemia. Diazóxido: a insulina reverte os efeitos hiperglicemiantes dessa droga usada por via parenteral.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
  ü A medicação deve ser administrada exatamente conforme recomendado e o tratamento não deve ser interrompido, sem o conhecimento do médico, ainda que o paciente alcance melhora.
  ü  Informe ao paciente o objetivo da medicação pra facilitar tanto a compreensão do seu diagnostico como a sua colaboração no tratamento. A medicação não cura o diabetes, que requer tratamento por toda a vida.
ü  A medicação não deve ser usada durante a gestação e a lactação. No caso de gravidez (confirmada ou suspeita) ou, ainda, se a paciente estiver amamentando, o médico deverá ser comunicado imediatamente.
ü  Informe ao paciente as reações adversas mais frequentemente relacionada ao uso da medicação e na ocorrência de qualquer uma delas, principalmente as mais incomuns ou intoleráveis, o médico deverá ser comunicado imediatamente.
ü  Instrua o paciente sobre a sua doença, a importância de seguir os regimes terapêutico e alimentar recomendados, as medidas para prevenção de infecções, os sinais e sintomas de hiperglicemia (sede severa, boca seca, pele seca e diurese frequente) e de hipoglicemia (fome intensa, sudorese, tremor, agitação, irritabilidade,  cefaléia, distúrbios do sono, depressão do humor e distúrbios neurológico) transitórios [alterações da fala ou da visão e sensação de paralisia) e o que fazer diante a sua ocorrência. A medicação não substitui as restrições alimentares e todos os alimentos recomendados devem ser ingeridos para prevenir hipoglicemia.
ü  Recomende o paciente, quando possível, o acompanhamento de um nutricionais, como também perda de peso, pratica de sapatos confortáveis para não machucar os pés e que evite o consumo de álcool. Na presença de hipoglicemia, recomende que o paciente tome um copo de suco de laranja ou 2-3 colheres de chá de açúcar, mel ou mela dissolvido em agua e que comunique ao médico esta ocorrência.
ü  Aconselhe o paciente a dispor sempre prontamente de alguma forma de açúcar(balas, doces) e de identificação com a descrição completa de todo o processo de sua doença e o esquema de medicação.
ü  Instrua o paciente sobre a técnica correta de auto monitoração glicêmica e de cetonas. Durante os períodos estresse, tensão ou enfermidades, esses testes devem ser rigorosamente controlados e, diante quaisquer alterações significativas, o médico deverá ser comunicado imediatamente.
ü  Recomende o paciente a utilização de testes domésticos para controle da glicemia (fitas que mudam a cor, de acordo com a dosagem) e a  dispor sempre de um kit de emergência. É mandatória a realização periódica dos testes da função hepática.
ü  Os pacientes estáveis em um esquema diabético, mas expostos a estresse, tensão, febre, trauma, infecção ou cirurgia, podem requerer reajuste da dose.
ü  Recomende ao paciente que informe ao médico e, também ao dentista o esquema de medicação anterior ao tratamento ou a cirurgia.
ü  Pode ocasionalmente causar tontura. Recomende que o paciente evite dirigir e outras atividades que requerem estado de alerta, até que a resposta a medicação seja conhecida.
ü  Recomende ao paciente que evite o tabagismo  e o consumo de álcool e o uso concomitante de outra droga ou medicação, sem o conhecimento do médico, durante a terapia.
ü  Enfatize para o paciente a importância da realização regular dos exames de acompanhamento para avaliar a efetividade do tratamento e monitorar os efeitos colaterais da droga.
ü  Cetoacidose grave e coma diabético: administre por via IV ou IM.
ü  Durante a terapia, monitore: a glicose no sangue (AMIES) e a urina (Glico-fita); rigorosamente o paciente que está sendo transferido de um tipo de insulina para outro; 
ü  Interações medicamentosas: atenção durante o uso concomitante de outras drogas.
ü  SC: não agite o frasco de insulina, role o frasco de insulina suavemente entre as mãos; alterne os locais de aplicação para evitar hipertrofia; a dose de manutenção deve ser administrada por esta via. A droga deve ser armazenada em local fresco e ao abrigo da luz; a droga não deve ser colocada no congelador.


A Revisão Sistemática de literatura é considerada atualmente o melhor método de pesquisa para o conhecimento das evidências científicas disponíveis no momento para responder questões na área de saúde. Trata-se de um estudo essencial, que avalia e sintetiza estudos primários (pesquisas originais) publicados, com métodos claros, específicos e produtíveis.


REFERENCIAS

AME: Dicionário de administração de medicamentos na enfermagem. - 8. ED. Petrópolis, RJ: EPUB, 2011.

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