BIOÉTICA
Bioética (ética da vida) é parte da filosofia que se dedica a estudar a moral e as obrigações humanas. Assim, surge uma nova reflexão para a ética tradicionalista, que vincula as relações humanas com a vida, saúde e integridade física de todos os seres humanos, sensibilizando o desenvolvimento social. Seu nome indica uma forma especial de ética em que se conjugam o aspecto biológico e as relações de deveres profissionais.
Importante saber que a Bioética não trata somente da relação entre médico e paciente, mas também se preocupa com especialidades vinculadas ao campo da Medicina, tais como a Biotecnologia, a Engenharia Genética, experiências com seres humanos e animais em geral, saúde dos pacientes mentais, questões sobre início e fim de vida – como a interrupção da gravidez frente a um diagnóstico de um feto com múltiplas malformações congênitas, transplantes de órgãos, eutanásia, clonagem humana e outros temas. Incorpora, também, diversos temas sociais como Saúde Pública, meio ambiente e relações jurídicas, entre outros.
No século XX, o paciente avançou na conquista de um direito humano tido como fundamental, que é sua autonomia para tomar decisões em situações relacionadas à própria saúde. Saiu de uma condição passiva para assumir papel ativo no relacionamento com profissionais de Saúde. No cenário de dilemas morais, a Bioética chama para si a responsabilidade de refletir sobre questões e valores que surgem em decorrência do avanço da Biotecnologia sobre a vida humana.
O “fazer” da Enfermagem, por estar ligado diretamente a processos invasivos nos pacientes, desperta nos profissionais questões como “Que atitude deve ser tomada?”, “Até onde o profissional de enfermagem deve ir com o intuito de salvar vidas?” ou ainda, “Que fazer diante de pacientes que recusam determinados tratamentos ou medicamentos?”.
A Bioética possui como uma de suas características principais a de ser uma ciência na qual o Homem é sujeito e não somente objeto. Funda-se em quatro princípios: autonomia, beneficência, justiça e não-maleficência.
Beneficência: trata-se do critério mais antigo da ética médica. Resume-se em fazer o bem ao paciente.
Autonomia: um dos norteadores da Bioética. Trata-se da capacidade de decisão do paciente. Decidir em não aceitar determinado tratamento ou mesmo medicação. Também pode decidir o melhor horário para o seu banho no leito. A autonomia dá ao ser humano a capacidade para agir de acordo com sua vontade por meio de escolhas que estão ao seu alcance e diante de objetivos por ele estabelecidos.
Justiça: todo ser humano merece atenção e cuidado e deve ser tratado com igualdade e com imparcialidade na distribuição dos riscos e benefícios perante toda atenção à saúde. Precisa-se de muita cautela para que não haja injustiça social. Assim, torna-se importante o diálogo multidisciplinar, assim como com toda a sociedade a fim de decidir sobre alocação de recursos em Saúde Pública.
Não-maleficência: ou a obrigação de não causar danos, e beneficência ou a obrigação de prevenir danos, retirar danos e promover o bem.
Referência
KURAMOTO, Jaqueline Bergara. Ética e bioética em enfermagem. In: Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. MURTA, Genilda Ferreira (org.). 3. ed. rev. amp. São Caetano do Sul: Difusão, 2007. Vol. 2
Bom dia!Ótimo texto da Bioética.
ResponderExcluirGostei muito do conteúdo
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